QUEM É O PROFESSOR?

Doutor e Mestre em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professor-Pesquisador da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). / Doctor and Master in Applied Linguistics and Language Studies. Professor and Researcher at the Federal Technological University of Paraná (UTFPR), Brazil.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

LIVRO: Vozes da iniciação à docência

Vozes da iniciação à docência reúne e articula textos que tratam das seguintes questões de ensinoaprendizagem da Língua Portuguesa na Educação Básica: formação de professores na Universidade e na Escola, relações entre oralidade e escrita em textos de alunos de sexto e sétimo anos; tratamentos dados à variação linguística em livros didáticos de Língua Portuguesa aprovados pelo PNLD; gramática no ensino fundamental de uma escola pública estadual paranaense – luta e resistência; a formação do jovem leitor: como incentivar o gosto pela leitura; divergências entre a prescrição e a realização das diretrizes curriculares no ensino de Língua Portuguesa; o uso de recursos tecnológicos e seu reflexo na atividade prática docente; a descontinuidade na aprendizagem; e, por último, mas não o menos relevante, a importância da participação da família no processo educacional do aluno. Tendo como fundamentação teórica principal os escritos de Bakhtin e Vigotski, os textos da obra buscam divulgar e, com isso, por meio de possíveis contribuições do público leitor, aperfeiçoar ações inovadoras de formação docente implementadas durante os anos de 2010 e 2011, com continuidade nos anos de 2012 e 2013, em instituições públicas de Educação Básica, no âmbito do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, financiado pela CAPES e executado, dentre outras, na Área de Língua Portuguesa do Curso de Licenciatura em Letras Português-Inglês da UTFPR, Câmpus Pato Branco.
Link para o livro:

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ensino, aprendizagem e desenvolvimento em sala de aula? Saber o que é para saber fazer! Fazer para saber o que é!

Quando o assunto é a interação professor-aluno em sala de aula, falamos com grande frequência de ensino e de aprendizagem. Estranhamente, falamos muitas vezes também de ensino como se este pudesse existir sem a aprendizagem que dele deve resultar e desta como se ela não fosse, por sua vez, dependente daquele. O fato é que o verdadeiro ensino e a verdadeira aprendizagem em sala de aula não se separam e juntos não esgotam a complexidade do momento em que o professor e seus alunos se encontram para interagir, pois – articulado com o ensino e a aprendizagem – deve haver o desenvolvimento.

Mas o que vem a ser o desenvolvimento? E o que é o ensino? O que é a aprendizagem? É comum falarmos das coisas sem termos delas uma necessária clareza, por mais óbvias que possam parecer. É por isso que perguntas do tipo “o que é tal coisa?”, quando feitas com seriedade e compromisso com a busca de respostas, costumam ser um tanto perturbadoras e difíceis de responder de bate e pronto. Antes de tudo, para definir desenvolvimento, é preciso dizer que ele pode ser pensado a partir de dois níveis: um real e outro potencial.

O nível de desenvolvimento real (NDR) se constitui daquelas atividades que os alunos conseguem realizar sozinhos, sem a ajuda do professor. Nesse caso, o professor é justificadamente dispensável... Já o nível de desenvolvimento potencial (NDP) se define com base naquelas atividades que os alunos só conseguem realizar com a ajuda do professor. Nesse outro caso, o professor se torna indispensável e é por isso que os alunos vão à escola para encontrá-lo! A distância entre esses dois níveis é chamada zona de desenvolvimento proximal (ZDP), ou seja, uma “região” de aprendizagem geradora do “próximo” desenvolvimento, que só pode se efetivar a partir da conversão do nível de desenvolvimento potencial em nível de desenvolvimento real, em que os alunos se tornam capazes de fazer sozinhos aquilo que inicialmente só conseguiam fazer com a ajuda do professor.

O ensino vem a ser, então, justamente isso: um ato planejado e sistemático de o professor continuamente engajar e colocar seus alunos para realizar atividades que sozinhos são incapazes de realizar, ajudando-os a superar dificuldades e, com isso, a ser bem-sucedidos. Já a aprendizagem corresponde ao ato não menos planejado e sistemático de os alunos se engajarem na tentativa de realização das atividades propostas pelo professor, contando com seu auxílio ou mediação para ir além de suas possibilidades atuais. Assim, percebe-se que o ensino consiste em que o professor coloque seus alunos em constante situação de aprendizagem para que, com sua mediação, dela decorra o desenvolvimento discente, sendo este alternadamente ponto de chegada (NDP) e ponto de partida (NDR). Os alunos vão, assim, dando passos à frente, um após o outro.

A mobilização desses conceitos permite problematizar e discutir, a fundo e de vários pontos de vista, a prática de ensino concreta em sala de aula, tanto em condições “ideais” quanto em condições desfavoráveis, em que muitas vezes a indisciplina dos alunos, por exemplo, é a regra e não a exceção. Em minhas próximas postagens, me dedicarei a essa mobilização. Fica, desde já, o convite para que os leitores me acompanhem.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Teaching, learning and development in the classroom? Knowing what it is to know how to do it! Knowing how to do it to know what it is!

When it comes to teacher-student interaction in the classroom, we very often mention teaching and learning. Odly enough, we also frequently talk about teaching as if it were possible for it to exist without the learning which must result and about learning as if – in its turn – it were not dependent on teaching. The fact is that true teaching and true learning in the classroom are inseparable and cannot together exhaust the complexity of the moment when the teacher and his or her students meet to interact, for – in articulation with teaching and learning – there must be development.

But what is development? What is teaching? What is learning? It is commonplace to talk about things without having a necessarily clear idea about them, even if they are as obvious as they might appear. That is why questions like “what is this or that?”, when asked by somebody who is committed and serious about searching for answers, are often somewhat disturbing and hard to respond immediately. Before anything, in order to define development, one needs to say that it can be thought of as having two different levels: one is real while the other is potential.

The real development level (RDL) is made up of those activities which students are able to handle on their own, without the teacher´s help. In this case, the teacher is justifiably dispensable… Now, the potential development level (PDL) can be described in terms of those activities which students can only handle with the aid of the teacher. In this other case, the teacher becomes indispensable and that is why students go to school to meet him or her! The distance between these two levels is called zone of proximal development (ZPD), that is, a learning “region” that generates the “proximate” development which can only come into effect after the potential is turned into real development, in which students become capable of handling, on their own, those things which they could only handle by initially counting on their teacher´s help.

Teaching, then, is precisely that: a planned systematic act on the teacher´s part to continually engage students in activities which – left alone – they are not able to handle. This act must be accompanied by the teacher helping students overcome their difficulties in order for them to be successful. Learning, in its turn, is an act which demands on the students´ part no less planning and systematicity in trying to handle the activities proposed by the teacher. Obviously, in doing so, students need the teacher´s assistance and mediation so that they will be able to go beyond their current possibilities. Thus, we can come to the conclusion that teaching envolves a professional teacher who puts his or her students in a never-ending learning situation so that, with his or her mediation, students´ development is about the only possible result. This development should then be alternately a point of arrival (PDL) and a point of departure (RDL). This way, students take steps to go forward, one at a time.

The application of these concepts allows us to, deeply and from various standpoints, reflect on and discuss about our concrete teaching practice in the classroom, considering favorable or unfavorable conditions in which students´ lack of discipline and respect – for instance – are so often the rule, not the exception. In my next posts, I will dedicate myself to this kind of application. I invite the readers to follow me.